23.5.07

A turma de James Bond em São Paulo

James Bond, o famoso 007, tem agentes secretos também no Brasil, encarregados de enviar informações aos integrantes da equipe de "007 – O Espião que me Amava". O problema é que esses agentes brasileiros (que aliás não costumam promover o cinema nacional) não são eficientes como os agentes britânicos. Assim, eles forneceram informações erradas sobre a temperatura de São Paulo, dizendo que iria fazer calor, quando os termômetros acusaram 15 graus. Por isso as duas atrizes do filme que estão entre nós, as "Bond girls" Sue Vanner e Dawn Rodriguez, tiveram que enfrentar – ambas de biquíni, naturalmente – frio, vento e garoa ontem a tarde à beira da piscina do Hilton Hotel.

Fotógrafos de revistas eróticas, jornais e televisão estavam todos ao redor das duas atrizes, que faziam poses e sorriam como se tudo estivesse bem, quando surge na porta do elevador um verdadeiro gigante: era Richard Kiel, que tem exatamente dois metros e vinte e cinco centímetros de altura. Embora não estivesse com ar ameaçador, todos foram abrindo alas para a sua passagem. O estrelismo das atrizes foi subitamente ofuscado pela figura do ator, que ficou conhecido do público depois de fazer o papel de vilão em "Tubarão" e que tem agora uma atuação destacada em "007 – O Espião que me Amava", que será lançado entre nós no fim do mês.


Os agentes brasileiros de James Bond, responsáveis pelo encontro dos integrantes da equipe com a imprensa, não preparam uma entrevista no sentido tradicional. Tudo começou com muito uísque e canapés, ajudando a criar um clima descontraído. De repente, tomando uma caipirinha, um indivíduo gordo e simpático começou a conversar em inglês com alguns jornalistas, mas logo desistiu, pois percebeu que os interlocutores não estavam entendendo nada. Mais tarde, todos descobriram que ele era nada mais nada menos do que Albert R. Broccoli, o superprodutor de todos os filmes da série 007.

– Vocês pensam que eu sou muito multo rico – disse ele. Mas vou provar que não é nada disso: vejam quanto eu tenho no bolso. (E mostrou duas notas: uma de dez cruzeiros e outra de cinco).

Afirmando que "São Paulo é uma cidade misteriosa, excitante e fotogênica", o produtor estava muito bem humorado e não cansava de fazer elogios à qualidade da caipirinha que estava tomando: "Nunca vi bebida tão forte. Assim vou terminar contando até o segredo do sucesso dos meus filmes".

– O sucesso da série se deve ao conjunto da equipe que trabalha comigo. Tudo é importante: o roteirista. o diretor, os atores. O agente 007 é uma figura bizarra e suas aventuras também, o que me parece o principal elemento de sua aceitação popular. Ele às vezes está mais perto da fantasia, mas os filmes de James Bond não são de ficção cientifica: são de ficção, mas baseada em fatos. Vocês sabem, por exemplo que o escritor lan Fleming, no qual todos os filmes de 007 são baseados, era realmente um espião que teve uma destacada atuação durante a Segunda Guerra Mundial. Foi ele que inventou inclusive aquela maleta James Bond, que ficou famosa, e que apareceu nos primeiros filmes da série cheia de surpresas

Quando lhe perguntaram sobre o orçamento de seus filmes, Albert R. Broccoli fez gestos de que seria muito difícil falar sobre o assunto. Elogiando novamente a "caipiríssima", ele tentou desconversar, mas resolveu abrir o jogo:

– Esse filme que vocês vão ver, "007 – o Espião que me Amava", custou treze milhões e meio de dólares. Gastamos três milhões de dólares numa única seqüência, onde aparece um carro que se transforma em submarino, especialmente construído para o filme. Temos também uma motocicleta que anda sobre a água, um navio-tanque, um relógio-telex e outras máquinas sofisticadas que custam uma fortuna. Não sei exatamente a porcentagem do orçamento que vai para os efeitos especiais, mas deve ser bastante.

Quando o super produtor começou a cantar uma música de "Voando para o Rio", que ele disse ter produzido para Fred Astalre e Ginger Rogers, a entrevista parecia ter terminado, mas não foi o que aconteceu: o gigante Richard Kiel começou a responder perguntas sobre as dificuldades que sua altura (2,25) lhe traz. Tentando fazer uma piada, um repórter perguntou: "Com sua altura, você acha que os outros homens são pequenos ou grandes?" Mas o ator não entendeu a pergunta e começou a responder sob um ângulo filosófico: "De fato, pode haver homens bem altos, mas com idéias pequenas, e também homens pequenos com idéias grandes". J.F.

1 Comments:

At 07:56, Anonymous Anônimo said...

Good for people to know.

 

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